Charges
Com
sobrancelhas grossas e ar sisudo, Monteiro Lobato foi apanhado pelo traço
irreverente dos caricaturistas de seu tempo. As primeiras charges do pai da
boneca Emília datam da década de 1910 e são de autoria de Voltolino, pseudônimo
de João Paulo Lemmo Lemmi (1884-1926). Desde então, diversos artistas gráficos
como Guevara, Théo e Belmonte, entre tantos outros, procuraram realçar, cada
qual a seu modo, a personalidade e os aspectos físicos do criador do Sítio do
Pica-pau Amarelo. Aqui está uma pequena amostra dessa produção. Divirta-se!
CORA CAROLINA
Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas, nasceu no estado
de Goiás (Goiás Velho) em 1889. Filha de Jacinta Luíza do Couto Brandão Peixoto
e do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães. Em 25 de novembro de
1911 deixa Goiás indo morar no interior de São Paulo. Volta para Goiás em 1954,
depois de 45 anos.
Cora Coralina era chamada Aninha da Ponte da Lapa.
Tendo apenas instrução primária e sendo doceira de profissão.
Publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade.
Ficou famosa principalmente quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond
de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade.
Sua obra se caracteriza pela espontaneidade e pelo
retrato que traça do povo do seu Estado, seus costumes e seus sentimentos.
Faleceu em 10 abril de 1985 em Goiânia.
FRASE DE CORA CAROLINA
“Eu
sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e
plantando flores”.
TEATRO
O COELHINHO QUE NÃO QUERIA ESTUDAR.
NARRADOR: Na
floresta, todos os filhotes de animais iam à Escola. Só um ficava em casa. O
Coelhinho Juquinha.
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Entra o Coelhinho Juquinha: Aprender a ler?? Pra quê?? Eu não preciso disso, posso muito
bem encontrar cenouras sem saber ler.
Eu vou é me divertir.
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NARRADOR:
Todos os animaizinhos tinham ido à Escola. Mas Juquinha resolveu se distrair e pensou:
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COELHINHO:
Vou
até a casa do tio Coelho ouvir histórias.
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NARRADOR:
Juquinha, então chegou à casa do
Tio Coelho, bateu... Chamou... Chamou...
Chamou... Ninguém respondeu.
Tio Coelho tinha deixado um aviso na
porta, mas Juquinha não sabia ler e pensou:
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COELHINHO: HÁ, COM CERTEZA Tio Coelho foi fazer
alguma visita. Vou-me embora.
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NARRADOR: Aborrecido por não ter encontrado o tio
em casa e cansado de tanto andar, Juquinha com surpresa avista o Tio.
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COELHINHO: Estou vindo da sua casa, Tio Coelho. Que pena o
senhor ter ido fazer visitas justamente hoje.
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TIO
COELHO: Fazer visitas? Você não leu o aviso que coloquei na porta?
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NARRADOR:
O coelho Juquinha ficou muito
desapontado e nada respondeu. Tio
Coelho, então se lembrou de que seu sobrinho não sabia ler e que não gostava
de estudar e foi logo explicando:
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TIO
COELHO: MEU SOBRINHO TÃO AMADO! O aviso na porta dizia assim: Volto já,
sente-se e espere um pouco.
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COELHO
JUQUINHA: AH! Então é
isso que os avisos dizem. Pois já sei, agora aprendi.
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NARRADOR:
No dia seguinte, Juquinha foi à cada do
Senhor MACACO conversar um pouco. Senhor MACACO não estava. Mas, bem pertinho da porta de
sua casa havia uma cadeira com um aviso.
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COELHO
JUQUINHA: Agora já sei ler avisos:
“Senhor MACACO volta já.” Vou sentar e esperar um pouco. Que horror! Sujei-me todo de tinta, porque
não me avisaram?
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SENHOR
MACACO: Que é isto Juquinha? Você
não viu o aviso sobre a cadeira? AH!
Entendi... Você não sabe ler não é?
Este papel na cadeira diz: TINTA FRESCA.
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COELHO
JUQUINHA: Como eu me enganei, mas
agora eu não me engano mais. Já sei tudo sobre avisos.
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NARRADOR:
Juquinha foi embora. Quando ele
chegou a casa, viu a carta do correio aberta. Dentro dela havia um papel.
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COELHO
JUQUINHA: Já sei, não devo chegar
perto da caixa, ela foi pintado de novo, aquele papel diz: TINTA FRESCA. Vou passar bem longe.
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NARRADOR: No dia seguinte, Juquinha notou um
movimento diferente. Parecia que estava acontecendo alguma coisa fora do
comum. Havia muitos animaizinhos passando na rua. Eles não tinham ido à
Escola, carregavam doces, balas, bombons e salgadinhos.
Juquinha resolveu, ir ver onde eles iam e começou a
acompanhá-los às escondidas. Os
animais estavam preparando uma surpresa no meio da floresta. Debaixo de uma árvore,
colocavam doces, salgados e bebidas. Tinha bolo também.
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COELHO
JUQUINHA: UM PIQUENIQUE! E não me
convidaram! ( começa a chorar bem sentido).
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NARRADOR: Uma coelhinha que era muito amiga de Juquinha, ficou curiosa quando o viu
chorando perto da árvore e lhe perguntou:
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COELHINHA:
Por que você está chorando
Juquinha?
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COELHO
JUQUINHA: (soluçando)... É que eu
não fui convidado para o piquenique. Ninguém se lembrou de mim!
COELHINHA:
Lembraram sim, Juquinha. Eu vi o
carteiro colocando o convite na caixa do correio de sua casa.
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COELHO
JUQUINHA: (Enxugando as lágrimas) –
Então aquilo era um convite? Pensei que fosse um aviso sobre tinta fresca.
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COELHINHA: Ora
Juquinha, que vergonha! Você precisa aprender
a ler.
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COELHO
JUQUINHA: Então eu fui convidado
para o piquenique! Que Bom! Pensei que eles tinham se esquecido de mim, eu
preciso aprender a ler e a escrever.
Amanhã mesmo eu vou começar. Serei o
primeiro a chegar na escola.
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NARRADOR: E assim, o
Coelhinho Juquinha cumpriu a promessa. Passaram se alguns meses e ele era um
dos alunos da Escola da Bicharada que mais gostava de estudar. Era difícil o
dia que não encontrava Juquinha com um livro na mão estudando...
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COELHO JUQUINHA:
Agora sim criançada. Não mais serei enganado pelos avisos. Pois agora
consigo ler cada um. E mais. Adoro estes livrinhos de histórias.
HÁ!
Como é bom estudar! E como é
importante saber ler e escrever! Estou descobrindo o mundo.
Parabéns
professores! Parabéns Escola Higino Guerra!
Estou
sabendo que você há 48 anos tem ensinado muitas crianças a ler e escrever com
muito sucesso!! Continue assim! Despertando essa criançada para a vida!
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